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Capital Próprio x Dívida: Qual a Melhor Opção para a Perpetuidade da Sua Empresa?

  • Foto do escritor: Maxmilliano Reis
    Maxmilliano Reis
  • 29 de out. de 2024
  • 4 min de leitura

Há uma crença comum que a empresa deve utilizar o capital próprio para alocar em projetos de crescimento, contudo, esta estratégia aumenta os riscos operacionais e coloca em xeque a perpetuidade do negócio. Confira como uma estrutura de capital ideal proporciona a perpetuidade da empresa.


Mulher asiática, fazendo contas, decidindo o que comprar, o que investir. Ela avalie investimentos em dólar, euro ou libra.
Imagem de creativeart no freepik

Um dos primeiros desafios da nova empresa é vender. Tonar-se conhecida pelos serviços e produtos oferecidos. Superada esta etapa, uma série de processos de negócio começam a rodar. Sabemos que o funcionamento de uma empresa está ligado a integração de seus diversos processos.


Em finanças, o princípio é o mesmo: um processo está interligado a outro e assim por diante. Uma decisão no processo de compras afetará, sem dúvida, toda a cadeia operacional da empresa. É nesse sentido que afirmei no artigo “Quem manda no fluxo de caixa”  que os gerentes do negócio são na verdade tomadores de decisão de financiamento e investimento da empresa.  


Quando um empresário funda uma empresa, o sonho dele ou dela, geralmente é que a empresa adquira “vida própria” e possa caminhar “sozinha” por longo prazo. É justo, pois o investimento de tempo e dinheiro em uma ideia é extraordinário, de maneira que é essencial o retorno durar por muitos períodos.


Neste sentindo, um dos processos que deve funcionar adequadamente dentro da administração empresarial é a administração financeira. É preciso ter domínio sobre a gestão do fluxo de caixa e saber exatamente o que fazer para que a empresa opere no curto prazo, mas também é primordial uma abordagem para as finanças de longo prazo.


Explico melhor: se convencionou no Brasil que é bom uma empresa não possuir dívidas, que o melhor a se fazer é utilizar capital próprio na realização de projetos essenciais para o crescimento da empresa. Entretanto, existem algumas ponderações a serem observadas:


  • O custo do capital próprio é o mais alto de todos, o capital dos sócios, somente pode ser remunerado após a distribuição de retorno para todos os outros envolvidos na empresa (empregados, fornecedores e bancos), logo ele é o que mais toma risco e, portanto, o mais caro;

  • O capital próprio é limitado ao que a empresa gera em sua operação;

  • Caso ocorra alguma disfuncionalidade do mercado, o capital próprio é o primeiro a ser atingido, limitando os investimentos da empresa;

  • Quando aplicado nos investimentos de longo prazo, o capital torna-se ilíquido. Fato que diminui a liquidez e aumenta o risco de insolvência;


Pode-se concluir que a utilização do capital próprio como fonte de investimento a longo prazo aumenta o risco da empresa e diminui a possibilidade de o sócio receber o retorno do seu investimento.  


Deste modo, para não colocar pressão no ciclo operacional da empresa é primordial que a empresa busque fontes de financiamento de longo prazo – que figuram no não circulante no balanço. Com isto, o ciclo operacional, que é de onde a empresa obtém lucro, estará em condições de remunerar o capital do sócio.


Como o mercado interpreta o endividamento a longo prazo


Na avaliação econômico-financeira, para concessão de crédito, quando uma empresa possui financiamento em longo prazo é um ponto positivo no quesito perpetuidade. Ela está com uma estrutura de capitais eficiente. Além disso, a decisão de um investidor em alocar capital na empresa é extremamente positiva, pois demonstra que alguém, além do fundador acredita e investe no futuro da empresa. Com isso, o capital próprio fica à disposição da operação no curto prazo e dos sócios que podem receber sua remuneração pelo capital investido.


Outrossim, fica claro que não é benéfico aplicar o capital próprio no financiamento dos investimentos de longo prazo da empresa, ou seja, usar o próprio dinheiro da empresa para crescer. O ideal é buscar fontes de financiamento em terceiros. O financiamento a longo prazo é condição primordial para a perpetuidade da empresa.


Obtendo financiamento de longo prazo no Brasil


Uma vez que notamos a necessidade de captar recursos de longo prazo, para garantir a perpetuidade da empresa, vamos avaliar as opções para essa categoria de financiamento no Brasil.


O mercado de crédito, composto por bancos e órgãos de fomento, centralizam suas concessões no curto e médio prazo por representar menos riscos. Os órgãos de fomento possuem critérios que podem ser excludentes e os recursos liberados são muitas vezes insuficientes. Em alguns casos, quando existem linhas de longo prazo no mercado bancário, são frequentemente caras demais.


O mercado de capitais, composto por agentes poupadores superavitários, normalmente grandes investidores ou fundos, foca na concessão de longo prazo. Este mercado é a grande fonte para investimentos no país. Esses agentes, possuem enormes superávits e precisam alocar em ativos/empréstimos que gere remuneração a eles. Como falamos de grandes montantes, é natural imaginar que são concedidos à longo prazo. Frequentemente os juros cobrados são vantajosos.  


Atualmente é possível acessar o mercado de capitais com facilidade. Basta contratar um banco de investimentos, pois ele cuida de todo o processo da captação e apresenta as melhores propostas de financiamento, restando as empresas escolherem a que mais lhe convêm.


Posso lhe ajudar na operação junto ao mercado de capitais, entre em contato.

2 Comments


João Marcos Batista
João Marcos Batista
Oct 29, 2024

Caro Max, primeiramente parabéns pelo artigo, como sempre, didático e limpo do ponto de vista ortográfico (escrita simples e não rebuscada).


O capital de terceiros de fato é fundamental para a perpetuidade de uma empresa, porém gostaria de acrescentar que e à chave está no equilíbrio entre capital próprio e terceiros, e logo a dúvida vem, qual seria então a proporção ideal de capital próprio e terceiros? A proporção ideal é aquela que minimiza o custo médio ponderado de capital (WACC), o que significa dizer que a partir de certo ponto (proporção entre capital próprio e terceiros) o WACC começa a subir, logo o custo de oportunidade e o risco financeiro se eleva, e seria esse portanto, o momento d…


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Maxmilliano Reis
Maxmilliano Reis
Oct 29, 2024
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Fico muito feliz com seu comentário. Às contribuições adicionadas são de alto valor. Gostei da sua indicação do que seria uma estrutura de capital ideal e o que o mercado financeiro aplica por meio dos covenant’s.

Em relação ao mercado de capitais, concordo que convencionalmente apenas negócios grandes poderiam captar, mas existem algumas alternativas como bancos de investimento com estruturas específicas para atender o pequeno e médio empresário. Ainda muito incipiente, mas há um caminho traçado e disponível para novos entrantes.

Muito obrigado pela contribuição. Vamos juntos. Um abs.

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