top of page
Fundo Maximize.png

O que leva uma empresa a falência?

  • Foto do escritor: Maxmilliano Reis
    Maxmilliano Reis
  • 30 de mai. de 2024
  • 6 min de leitura
O que leva uma empresa a falência?
Imagem de freepik

A alta taxa de mortalidade de negócios é tema frequentemente abordado na sociedade Brasileira. O Brasil figura entre um dos países com as maiores taxas de criação de negócios do mundo, entretanto, as empresas aqui não duram muito. 


Aproximadamente 60% das empresas fecham as portas em até 3 anos de atuação. Quais razões estão por trás dessa falência sistemática de negócios no Brasil? É o país que não oferece as condições necessárias para um empreendedorismo saudável? Ou, são os empreendedores a razão primaria da falência de seus próprios negócios? Hum... intrigante, não? 


As tentativas de respostas para essas e outras perguntas constam aqui. Venha e me acompanhe na busca das respostas. Mas, antes aproveite e assine a Maxletter para receber, em primeira mão, no seu e-mail os próximos artigos.


1. Minha primeira experiência criando um negócio

É importante que eu faça uma confissão a você. O motivo que me levou a estudar sobre a falência de empresas no Brasil, parte da minha curiosidade em entender os movimentos rotineiros da vida, mas durante a pesquisa me dei conta, que também preparava este estudo, também, para mim mesmo.


Explico: em 2017 decidi ter meu primeiro negócio, uma escola de idiomas. Cursar Administração de Empresas e não ter vontade de abrir um negócio é quase impossível. Estive a frente da Believe Escola de Idiomas, por 5 anos. Veja uma foto abaixo da equipe:


O que leva uma empresa a falência?O que leva uma empresa a falência?

Equipe Believe Escola de Idiomas


Em 2022, a Believe entrava para a estatísticas de empresas que não passam dos 5 anos de vida. Foi um momento difícil para mim, ainda estou elaborando internamente. Logo, caro leitor, cara leitora, este texto foi escrito por um empreendedor que vivenciou o fechamento da sua própia empresa.  Conto mais sobre esse experiênia no artigo Como foi a minha experiência enquanto empreendedor da Believe Escola de Idiomas.


Estou no lugar da experiência vivida. Sobretudo, este texto não é um julgamento, mas um artigo informativo. Imagino que, assim como eu, você também tenha curiosidade em entender: “o que leva uma empresa a falência?


Antes de iniciarmos, gostaria, de compartilhar que este artigo foi construído somente após a leitura e estudo de artigos científicos e informativos, disponíveis na internet que foram referenciados ao final. Agora, vamos ao conteúdo.


2. O empreendedor brasileiro

O Brasil é um país continental. Existem vários brasis no Brasil. É importante ter em mente que diversas classes sociais convivem nessa imensidão de país. A classe social à que o empreendedor está inserido, irá determinar a maneira como ele ou ela empreende.



Os empreendedores podem ser divididos em duas categorias: i) aqueles que empreendem por necessidade, e ii) aqueles que empreendem por oportunidade. No primeiro caso, geralmente os desempregados e/ou desiludidos do formato CLT compõem , no segundo, são pessoas que visualizam uma oportunidade de negócios e possuem interesse em explorá-la.


Os empreendedores que investem por necessidade são maioria no assunto falência. É, eu sei, é triste. Geralmente este grupo, cria negócios baseados em uma necessidade pessoal de: não trabalhar para os outros. O que os motiva é a liberdade. Entretanto, além da motivação, uma empresa exige uma série de outros recursos, onde o financeiro é só um deles. Falaremos sobre isso adiante.


Enquanto os empreendedores que investem por oportunidade, possuem taxas menores de mortalidade de seus negócios, pois possuem condições de observar determinado mercado e perceber nichos que podem ser explorados a uma boa margem de lucro. Possuem a seu favor, principalmente, a não necessidade de empreender para sobreviver. A menta está livre para estudar, analisar, criticar e testar oportunidades de investimentos, identificando aquela que tem o maior potencial de retorno.


É claro que ambos constam na lista de falência dos negócios, mas a grande maioria de negócios fechados pertenceram aos empreendedores que empreendem por necessidade. É fácil imaginar a qual classe social, cada tipo de empreendedor pertence.


3. A influência da mídia na criação de negócios

Você já deve ter ouvido que: “para ser bem-sucedido é necessário ter um negócio”. Os influenciados, inflam o assunto e fazem acreditar que ter empresa é fácil. As iniciativas governamentais, levam todos a crer que todo mundo consegue ter um negócio lucrativo.


O fato é que empreender, não é o mar-de-rosas que desenham em nosso imaginário. Empreender, exige habilidades, recursos e um certo tipo de comportamento. Sem essas características, empreender se torna um verdadeiro pesadelo.


Há em curso uma romantização do empreendedorismo. Têm gente lucrando com o fracasso dos outros. A ideia de que: "é só você acreditar e trabalhar por isso que irá alcançar" conquista muitos. 

Existem também, canais realistas que instruem os interessados em abrir o próprio negócio, de maneira coerente, contribuindo com formações que promovam o domínio das habilidades e recursos necessário para o sucesso empresarial. Um exemplo é o ICL, que acaba de lançar um curso novinho sobre empreendedorismo da vida real: despertar empreendedor.


4. Um resumo dos principais fatores que levam as empresas à falência


De acordo com Minello et all (2012), três categorias de fatores levam as empresas a falência, sendo:

a)     Características comportamentais;

b)     Gestão financeira e controle interno;

c)     Relações com o mercado;


As causas estão ordenadas de acordo com sua ocorrência. Logo, as características comportamentais dos empreendedores são o fator principal do fracasso empresarial. A Gestão financeira e controle interno e relações com mercado orbitavam, em minha mente, como as principais causas, antes da pesquisa, mas “Características comportamentais” não. 


Foi uma surpresa notar que o comportamento do empreendedor é o que mais pode levá-lo ao insucesso empresarial.



a)     Características comportamentais

É a partir de um certo tipo de comportamento que os demais problemas tomam forma. Dentre eles, a arrogância(o mais prejudicial), pois o empreendedor pensa que está certo e os outros errados. Essa condição comportamental faz com que ele se ache superior aos outros, logo sua visão e atuação partem desse princípio.


O que os leva a crer que são capazes de resolver qualquer problema, não raro, pressionam suas equipes para atuarem da mesma maneira e causam, sofrimento interno e ou perda de talentos, graças a sua onipotência.


Alguns acham que estão acima da média e acabam por tornarem-se presunçosasbuscando atender aos próprios desejos e não às necessidades de um público-alvo. Tornando suas empresas egocentradas. Por consequência, levam seus negócios à falência.


b)     Gestão financeira e controle interno

A falta de capital de giro, alto endividamento, má gestão do fluxo de caixa, a falta de capacidade de planejar o crescimento e controles financeiros inexistentes ou ineficazes, são alguns dos principais motivos da falência dos negócios.


Em geral, o empreendedor é envolvido por um impulso criativo que o leva a abrir um negócio. Algumas vezes, essa ação traz resultado e a empresa cresce. Porém, a falta de preparo demonstrada pela falta de conhecimento técnico em gestão e finanças, leva os empreendedores a não perceberem as necessidades de gestão e controle da sua empresa.


A capacidade de gestão e controle em determinado momento de vida da empresa é mais importante do que o impulso empreendedor necessário no início do projeto. 

Diversos empresários encontram-se nesse momento e caso, não contratem um administrador para gerir a empresa, a possibilidade de fracassar é alta.


c)     Relações com o mercado

Na sua maioria os empreendedores não possuem recursos financeiros para realizarem pesquisas completas no mercado que desejam entrar. Seja entendendo a necessidade dos potenciais clientes, o funcionamento da concorrência e os detalhes da negociação com os fornecedores.


Essa situação, os leva a tirarem conclusões por conta própria e não baseadas na necessidade real do mercado. Os produtos, serviços e soluções oferecidos demandarão de bastante tempo, flexibilidade e recursos para serem finalmente adaptados as necessidades do mercado. Como vimos, os empreendedores não possuem recursos para suportar esse período de adaptação, logo, este acaba sendo um dos caminhos que os levam ao encerramento das atividades empresariais.


5. A inteligência empreendedorial

Ainda não há um consenso sobre o a função empreendedora ou a área de estudo empreendedorismo, mas já se sabe que existe uma inteligência empreendedorial e que ela pode ser apreendida. Segundo Ruppenthal e Cimadon (2012), a inteligência empreendedorial é composta internamente por motivação, visão e planejamento, sendo externamente influenciada por condições demográficas, condições políticas, condições de mercado, mudanças tecnológicas e condições sociais.

Essa inteligência pode ser desenvolvida pelos proponentes a empreendedor, até mesmo por empreendedores que iniciaram seus negócios por necessidade. Tal habilidade aglomera conhecimentos, atitudes e sensibilidades cruciais ao sucesso empresarial.


Os empreendedores que alcançaram seu sonho, demonstraram essas habilidades, conhecimentos e atitudes. Desenvolvidas pela atuação em seu próprio negócio, de maneira prática. Sendo, necessário um conjunto de recursos pessoais, que podem ser desenvolvidos, por meio de planejamento adequado e dedicação disciplinada.


Aos demais empreendedores como eu, há um caminho traçado, que nos aguarda o estudo, a dedicação e o desenvolvimento. Sempre, munidos da seriedade necessária para o desenvolvimento de uma nova habilidade ou conhecimento. Imaginei ser importante citar aqui, estudos que orientam os proponentes a empreendedores, de maneira solida e realista, baseados em pesquisa cientifica, pois este é um caminho seguro.


6. Considerações finais

A organização social brasileira, leva os indivíduos que investem por necessidade a acreditarem em uma ideia romântica de empreendedorismo, fomentando uma ilusão do mundo dos negócios, quem culmina no encerramento do sonho empresarial.


O comportamento do empreendedor é determinante para que ele ou ela tenha sucesso em seu negócio. A arrogância e a presunção são caminhos iniciais do fracasso e trazem consigo, os erros em gestão financeira e controles internos. A falta de recursos financeiros, elimina a possibilidade de uma pesquisa de mercado, para entendimento das necessidades dos clientes e condições de mercado, para ofertar uma solução.


Existe uma solução possível, a inteligência empreendedora, que está disponível para nosso aprendizado em artigos científicos na internet.


Referências:

Коментарі


bottom of page