Reflexões sobre a leitura – “A coragem de ser imperfeito”.
- Maxmilliano Reis
- 21 de abr. de 2023
- 4 min de leitura

Antes de escrever esse texto apareceram em mim sentimentos diversos sobre o ato de ler, era como um energético que me estimulava a fazer algo, mesmo sem saber direito, o que era aquilo que eu deveria fazer.
Quando, em alguns momentos, parei para refletir sobre o sentimento, percebi, que minha necessidade era em dizer ao mundo: a quantidade de coisas legais que encontrava nesses momentos de leitura, o quanto de conhecimentos novos e surpreendentes estavam contidos nos livros. Para mim, a sensação é extraordinária, me sinto como se tivesse encontrado um novo universo e eu estava prestes a desvendar seus mistérios.
Não sei como a leitura age em você. Não sei se você deu oportunidade para colher a sabedoria disponível nos livros, bem que você poderia me contar mais sobre sua experiência com a leitura e poderíamos os dois aprender um pouco mais um com outro. Enquanto isso, vamos seguir aqui.
Quando leio sinto uma mistura de sensações que me ajudam a lidar comigo mesmo e com a vida. Buscarei elucidar um pouco dessas sensações e para isso usarei como exemplo o livro: A Coragem de ser imperfeito de Brené Brown.
Antes de decidir qual livro ler, penso no que preciso aprender ou reavaliar diante da vida, no momento que escolhi o livro da Brené, sentia que precisa entrar em contato com minhas emoções, precisava viver mais a emoção do que a razão. Por meio de conversas com pessoas diversas (minha médica otorrino, uma senhora na filha de espera de uma consulta) que veio ao meu conhecimento o livro da Brené.
As indicações diziam, que o livro, poderia nos ajudar a aceitarmo-nos vulneráveis e como ser vulnerável auxiliava no sentimento de autoconfiança (paradoxal isso não?). Confesso que o título do livro me deixava intrigado, pensava: lutei a vida toda para ser forte, para ser perfeito e um livro me diz para ser imperfeito? Como assim? Ficava intrigado e tinha pouca vontade em começar a leitura. Foi até que em um momento de muita dor e vazio que entendi ser a hora de ler o livro.
Como tenho o Kindle da Amazon, comprei o livro digital em alguns segundos e numa bela manhã de sábado, la estava eu lendo “A coragem de ser imperfeito”. Desde o início a Brené me envolveu na leitura, pois ela citava exemplos de si mesma e a quantidade de energia que ela colocava para ser (ou parecer) perfeita. Ela abre suas próprias dificuldades em relação ao tema que ela discorreria a diante. No instante em que reconheci a minha luta na história dela me senti intimamente conectado com a leitura, não poderia abandonar a leitura, tinha que, entrar em contato, em conjunto com ela com todos aqueles desafios que envolviam “ser imperfeito”.
A partir das histórias narradas no livro, ela me envolvida cada vez mais, pois despertava minha atenção e curiosidade para saber mais. Me permiti ser tocado pelo conteúdo, me envolvi de tal maneira que comecei a me emocionar, lagrimas brotavam de meus olhos e meu coração palpitava em ritmo acelerado. Na maior parte das vezes a história da Brené era a minha história: alguém que tentou ser perfeito e ser forte boa parte da vida e que percebeu o peso absurdo e insustentável que é tentar ser assim (perfeito), percebi que o caminho da perfeição não é real, não é justo e sobretudo não é saudável.
No livro, quando ela apresentava as histórias dos voluntários de sua pesquisa sobre a vulnerabilidade, muitas delas me tocavam diretamente. Quando observamos, atentamente a história do outro, ela ressoa em nós, há uma conexão importante que acontece, capaz de nos ajudar de diversas maneiras.
Em alguns momentos as histórias me deixavam emocionado e com isso pude perceber por A mais B que não preciso “dar conta de tudo”, “ser perfeito” ou me massacrar por tentativas que eu considerava frustradas. Aprendi algumas coisas de maneira imediata, mas outras só apreendi depois, no pós-leitura.
Uma das lições que integrei após a leitura foi uma melhor percepção dos limites do meu espaço em relação ao espaço do outro, antes me invadia para ofertar, ao outros, algo que só ele deveria fazer por si, hoje consigo perceber o meu espaço e o espaço do outro e permitir que ele ou ela tomem as atitudes diante de alguma situação que exija ação, ou, até mesmo que não tomem ação nenhuma.
Até mesmo ato de escrever este texto foi resultado de um dos aprendizados que tive na leitura do livro. Se hoje expresso minhas ideias e visões de uma forma mais aberta e transparente, boa parte desta coragem, veio da coragem de ser imperfeito.
Em retrospectiva espero que na leitura dos parágrafos acima, você tenha sentido algumas das sensações de um leitor e que considere incluir, ou expandir o tempo de leitura em sua vida. E caso não saiba por onde começar recomendo o próprio livro da Brené.
Boa leitura e retorne para me contar sobre o que têm lido.
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